Oluwatosin Tolulope Ajidahun informa que as inflamações pélvicas crônicas representam um dos fatores silenciosos mais nocivos para a saúde reprodutiva, tanto feminina quanto masculina. Embora frequentemente associadas apenas às mulheres, essas inflamações podem comprometer a fertilidade do casal como um todo. Trata-se de processos inflamatórios persistentes na região pélvica que, muitas vezes, evoluem de forma assintomática ou com sintomas discretos, permitindo que danos internos se acumulem ao longo dos anos.
A origem dessas inflamações é variada. Elas podem ser consequência de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) não tratadas, doença inflamatória pélvica (DIP) recorrente, endometriose, complicações pós-cirúrgicas ou até mesmo infecções ginecológicas de repetição. Conforme analisa Tosyn Lopes, a maior ameaça está no fato de que o processo inflamatório contínuo provoca lesões estruturais nas trompas, útero e ovários, interferindo diretamente na concepção natural e até reduzindo as taxas de sucesso em tratamentos de reprodução assistida.
Como as inflamações crônicas comprometem a fertilidade
As inflamações pélvicas crônicas podem atuar de forma dupla na redução da fertilidade. Em primeiro lugar, provocam alterações anatômicas, como aderências e cicatrizes nas trompas de Falópio, que dificultam ou impedem o encontro entre óvulo e espermatozoide. Em segundo lugar, alteram o ambiente reprodutivo, gerando um excesso de substâncias inflamatórias que prejudicam a qualidade dos gametas e a receptividade endometrial.

Como aponta Oluwatosin Tolulope Ajidahun, esses processos inflamatórios persistentes aumentam a produção de radicais livres, causando estresse oxidativo. Esse mecanismo é capaz de danificar o DNA dos espermatozoides, reduzir a qualidade dos óvulos e comprometer a viabilidade embrionária. Mesmo quando há fecundação, as chances de implantação podem ser significativamente menores, especialmente em casos de inflamação ativa.
Em quadros mais severos, a inflamação também pode favorecer o desenvolvimento de hidrossalpinge, condição em que as trompas acumulam líquido inflamado que, ao refluir para o útero, dificulta a implantação do embrião. Isso significa que, mesmo durante a fertilização in vitro (FIV), a presença da inflamação não tratada pode impedir a gestação.
Diagnóstico e tratamento: o papel da investigação detalhada
O diagnóstico das inflamações pélvicas crônicas exige atenção e uso de exames complementares. A ultrassonografia transvaginal é capaz de identificar alterações estruturais, enquanto a ressonância magnética pélvica fornece uma visão mais detalhada das áreas comprometidas. Em alguns casos, a videolaparoscopia é necessária, permitindo não apenas o diagnóstico preciso, mas também a possibilidade de intervenção cirúrgica para remoção de aderências.
Tosyn Lopes explica que o tratamento depende da causa subjacente. Se houver infecção bacteriana ativa, o uso prolongado de antibióticos pode ser indicado. Quando as alterações estruturais já estão estabelecidas, a cirurgia para reparação ou remoção das trompas comprometidas pode ser necessária, especialmente antes de iniciar procedimentos de reprodução assistida. Em paralelo, abordagens que reduzam o estresse oxidativo, como suplementação antioxidante e ajustes no estilo de vida, também são recomendadas.
Em situações nas quais o dano anatômico é extenso, técnicas como a fertilização in vitro tornam-se a alternativa mais indicada. Nesse cenário, é fundamental controlar a inflamação antes do início do tratamento, garantindo que o útero esteja em condições ideais para receber o embrião.
Prevenção e preservação da fertilidade
A prevenção das inflamações pélvicas crônicas está diretamente ligada à proteção contra ISTs e ao tratamento precoce de qualquer infecção ginecológica. O uso consistente de preservativos, a realização de exames periódicos e a atenção a sintomas sutis, como dor pélvica recorrente, desconforto durante relações sexuais ou alterações menstruais, podem evitar que um quadro agudo evolua para uma condição crônica.
Oluwatosin Tolulope Ajidahun ressalta que manter hábitos de vida saudáveis também desempenha um papel importante. Uma alimentação equilibrada, rica em antioxidantes, associada a exercícios moderados e ao controle do estresse, ajuda a reduzir processos inflamatórios sistêmicos que, indiretamente, afetam a saúde reprodutiva. Para quem já apresentou episódios de inflamação pélvica aguda, consultas regulares ao ginecologista são indispensáveis, permitindo o monitoramento contínuo e a detecção de alterações em estágios iniciais.
Autor: Pavel Novikov
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